quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Retratos da minha vida de submisso - II

Aquela semana tinha-me corrido especialmente mal. Durante o decorrer dela tinha cometido varias falhas como submisso, algumas delas graves até. Naquela sexta feira esperava que a minha Dona me apresentasse a lista onde ela religiosamente as documentava e me aplicasse os respetivos castigos.

Foi para mim uma enorme surpresa quando me disse que não me iria disciplinar naquela noite, que deixaria isso para uma altura mais conveniente. Foi-me informado que no dia seguinte iriamos receber uma visita de uma amiga especial para jantar. Recebi indicações precisas de que o jantar deveria ser servido às 20:30 em ponto. Foi-me indicado o menu que deveria prepara para servir. Teria toda a tarde de sábado livre para comprar e preparar tudo o que fosse necessário. Às 19:00 (hora a que a amiga iria chegar) deveria estar tudo pronto para a receber.

A nossa vida privada é desconhecida da maior parte das pessoas. Em ocasiões sociais o nosso comportamento como casal funciona basicamente como o de qualquer casal baunilha. Quando recebemos pessoas em casa, que não pertencem ao restrito numero de amigos que conhecem os contornos da nossa relação, fazemos os possíveis para transmitir essa ideia (apesar de já ter ouvido varias vezes comentários de amigas da minha Dona de que eu a ajudo muito mais que os seus maridos, aí se elas soubessem …).

Quando recebemos pessoas que conhecem a minha situação de submisso e aí a dinâmica é idêntica à de quando estamos só nos os dois. Por vezes são casais amigos que tem relações idênticas as nossas, mas a maior parte dessas vezes são amigas da minha Dona. Quando isso acontece é normal a minha Dona partilha-me com as amigas, e eu ter de servir todas as mulheres presentes. Como me foi dito que deveria receber a visita misteriosa à porta na minha posição de submisso e sem roupa assumi que iria ser uma dessas ocasiões.

Passei grande parte da tarde de sábado a preparar tudo para o jantar, às 18:55 estava pronto para receber a visita. Quando me dirigi para a porta reparei que a minha Dona se encontrava vestida (de forma impecável como sempre) com roupas para um evento social normal. Achei algo estranho, porque quando recebemos as suas amigas normalmente ela veste roupa assumidamente fetichista, para já estar preparada para o que se segue ao jantar.

Mal tinha acabado de me posicionar de joelhos à porta quando tocou a campainha. Olhei para o relógio de pulso, o único acessório que me é permitido usar quando estou em “modo” submisso (para além da coleira, butt plug e gaiola de pénis claro). Ainda faltavam 2 minutos para as 19:00. Ainda bem que tinha me posicionado antes da hora, não me iria servir de muito alegar que a visita tinha chegado antes da hora se não estivesse pronto.

Tal como faço normalmente nestas situações, abri a porta, mantendo-me escondido atrás da mesma para não ser visto da rua. Deixei a visita entrar e fechei a porta sempre de joelhos e com o olhar no chão. À minha frente apenas via um par de sapatos de salto alto, de verniz preto, bem bonitos e elegantes por sinal. Não consegui identificar qual das amigas da minha Dona se encontrava à minha frente, mas os sapatos pareciam-me familiares, muito familiares, já os tinha visto antes de certeza, mas num contexto completamente diferente. Foi aí que ouvi a gargalhada e fiquei em completo estado de choque.

A Joana é uma colega de trabalho, mas não uma colega qualquer. É a pessoa com quem eu mais conflitos profissionais tinha e com quem mais detestava ter de trabalhar. É uma mulher mimada e prepotente. É mais jovem que eu quase 10 anos. Hierarquicamente na empresa estamos ao mesmo nível, o que deveria significar que eu não teria de obedecer às suas ordens, mas na prática ela tratava sempre de me incumbir de fazer tudo o que ela pretendia. A minha dificuldade em entrar em conflitos com pessoas do sexo feminino e a minha tendência para me submeter às suas vontades era algo que ela já há muito se havia apercebido e usava e abusava disso em seu beneficio. Para alem disso era uma mulher extremamente atraente. Pensando bem ela era tudo o que eu adoro numa mulher, e tudo o que eu abomino num colega de trabalho.

A minha Dona sabia perfeitamente dos problemas que a Joana me causa no trabalho e do desconforto que sinto em ter de lidar com ela. Inúmeras vezes lhe contei situações no trabalho em que ela abusou de mim de alguma forma ou dos sapos que tive de engolir por falta de coragem em enfrenta-la. Merda! Ela conhece-me tão bem. Sabe exatamente onde mais me dói e faz questão de usar esse conhecimento com requintes de malvadez.

Imediatamente passou-me pela cabeça todas as consequências do que estava a acontecer. A minha vida no trabalho iria ser um inferno depois de a Joana me ver desta forma. Eu nunca mais iria ter coragem de a olhar nos olhos depois disto, e ela nunca iria me deixar esquecer que sabia o que eu realmente sou, o meu segredo. Iria usar esta situação em seu proveito sem dó nem piedade.

O pânico instalou-se em mim, senti que começava a hiperventilar. Os meus braços tremiam e achei que não iria me conseguir manter de quatro. Estava vermelho como um pimento, sentia a temperatura do meu corpo a aumentar. Por momentos pensei em levantar-me e tentar de alguma forma (nem imagino como) justificar a situação, mas ouvi a voz da minha Dona e mantive firme (o mais possível) a minha posição.

- Olá Joana. Finalmente conhecemo-nos pessoalmente. Bem-vinda.

- Olá Rita. Obrigado pelo convite. Tenho de confessar que estava intrigada com a mensagem enigmática que me enviaste. Agora já começo a perceber.

Nova gargalhada.

- Eu já explico tudo em mais detalhe. Deixa aí o teu casado com o meu escravo, ou melhor hoje não é só meu é nosso escravo e vamos tomar um aperitivo na sala antes do jantar. Diz-lhe só o que queres beber. Ele já sabe o que eu quero. É um inútil e um incapaz em quase tudo, mas a preparar bebidas não é mau de todo.

Ergui os braços para receber o seu casado e carteira que ela prontamente entregou. Consegui erguer ligeiramente o olhar e vi no seu rosto, um já meu conhecido, sorriso de desprezo com que normalmente me presenteia, quando me confronta no trabalho.

- Hummm.  Acho que quero um Porto tónico.

- O que é que se diz? - disse a minha Dona alguns segundos depois, em tom severo, perante a falta de resposta da minha parte.

- Sim Senhora.

- Trataremos dessa falta de edução da tua parte para com a minha convidada mais tarde.

Ambas viraram costas e retiraram-se para a sala a falar alegremente, de trivialidades. Lentamente e ainda de forma insegura levantei-me e arrumei os pertences da Joana. Sabia que não tinha muito tempo, se não levasse as bebidas rapidamente iriam haver consequências. Fui para a cozinha e antes de começar a minha tarefa, encostei-me ao balcão e respirei fundo varias vezes, para tentar me acalmar. Olhei para baixo e percebi de onde vinha grande parte do desconforto que eu estava a sentir. Toda a humilhação que estava a sofrer em conjunto com o facto de não ter um orgasmo há mais de um mês (há precisamente 37 dias), estavam a causar-me uma tremenda ereção e a esmagar o meu pénis contra a gaiola. Abri a torneira e coloquei os pulsos debaixo da agua gelada. Ajudou, mas este paliativo não iria durar muito tempo. Se bem conhecia a minha Dona ia ter muita humilhação pela frente essa noite e a ereção ia certamente voltar.

Preparei cuidadosamente as bebidas e fui servi-las. Aguardei que provassem e confirmassem que estavam a gosto e pedi à minha Dona para me retirar para a cozinha.

- Tens tudo adiantado para o jantar ser servido a horas? - perguntou

- Sim Senhora, tenho.

- Daqui a quanto tempo precisas de voltar à cozinha para terminar tudo?

- Tenho pelo menos 30 minutos livres Senhora. - respondi após olhar para o relógio.

- Então fica aqui. Podemos precisar de ti.

- Sim Senhora.

Deixei-me ficar de quatro ao lado do cadeirão onde a minha Dona se encontrava sentada, enquanto elas retomaram a conversa normalmente. Ao fim de alguns minutos a minha Dona resolveu tirar os sapatos e estalou os dedos, indicando-me que deveria massajar os seus pés. Era um comando a que já estava habituado e reagi instintivamente à ordem. Reparei que a Joana ficou estarrecida com a minha pronta reação a um simples estalar de dedos, tal como um animal amestrado, mas não fez comentários e continuaram a conversa.

- Se quiseres podes tirar os sapatos. Está à vontade. Faz com se estivesses em tua casa. Esses sapatos são uns Jimmy Choo, certo? - disse a minha Dona a meio da conversa.

- São Jimmy Choo sim. Bom olho.

- São lindos.

- Obrigado.

- Ajuda a nossa convidada a tirar os sapatos e faz-lhe uma massagem. Ela está com ar de quem precisa. Tens de me ajudar a ser uma boa anfitriã, não posso fazer tudo sozinha. - disse-me a minha Dona com um novo estalar de dedos.

Parei de massajar os seus pés e sem me levantar aproximei-me dos pés da Joana. Pareceu-me claramente que ela pretendia declinar a oferta, mas a minha Dona foi tão assertiva na maneira como falou que nem conseguiu ter uma reação. Ficou simplesmente embasbacada com o rumo que as coisas estavam a tomar. Quando lhe peguei nos pés para retirar os sapatos as minhas mãos estavam ligeiramente tremulas, mas as pernas da Joana tremiam como varas verdes. Certamente que se tentasse levantar nesse momento não iria conseguir ficar de pé.

Apesar da Joana ter tentado manter uma postura confiante e alegre desde a sua chegada, dava para notar que não estava minimamente confortável com tudo o que estava a passar. Quando saiu de casa para jantar em casa de um colega de trabalho certamente que nunca imaginou que um pouco depois iria estar com ele, sem roupa, ajoelhado, a seus pés, a tocar neles e ainda por cima com a esposa a assistir. Não era apropriado e era no mínimo dos mínimos constrangedor. Dava para notar que era com algum esforço que ela mantinha a compostura.

Assim que lhe toquei nos pés já sem sapatos, senti imediatamente o seu corpo a retrair. Gentilmente comecei a massaja-los. As centenas de horas de prática que tenho, de massajar os pés da minha Dona, lentamente começaram a dar os seus resultados. Senti o seu corpo a lentamente relaxar e com o passar do tempo apercebi-me claramente do prazer que ela estava a sentir da minha (modéstia à parte) competente massagem. O álcool das bebidas e a conversa fluida e despreocupada com a minha Dona aligeiram de tal forma o ambiente que em pouco tempo a Joana pareceu abstrair-se de quão bizarra era toda aquela situação e estava novamente a reagir como se não se passasse nada de anormal.

Em mim a massagem causava efeitos contraditórios. Se por um lado me estava a dar muito prazer finalmente poder tocar nos pés da Joana (não nego, já varias vezes no trabalho tinha olhado para eles e secretamente tinha desejado poder lhes tocar) por outro lado a ereção tinha voltado de forma violenta e o desconforto já se tornava difícil de suportar.

Os seus pés eram bonitos, mas não eram tão bonitos e perfeitos como os da minha Dona, de longe. A minha Dona tem uns pés lindos (e não digo isto por ser a minha Dona), minúsculos (calça apenas 37), simétricos e perfeitos em todas as suas linhas, com uma pele suave e umas unhas sempre bem pintadas e arranjadas (muitas vezes por mim). Os pés da Joana não tinham a mesma delicadeza. Eram bem maiores (pelo menos dois números) e não tinham as mesmas linhas perfeitas, mas tinha uns dedos bastante longos que é algo que aprecio. Estavam muito bem arranjados e as unhas encontravam-se pintadas num vermelho marsala extremamente sexy.

A medida que ia massajando a minha cara foi-se aproximando cada vez mais dos pés da Joana e tentei sentir o seu cheiro, por momentos senti-me tentado em tocar-lhes com a boca, sentir o seu sabor. Rapidamente tirei essa ideia da cabeça. Não só corria o risco de estragar o clima positivo que se começava a instalar, como sentia os olhos da minha Dona atentos a todos os meus movimentos. Fazer algo desse género sem que me fosse ordenado certamente iria ter graves consequências.

Ao fim de algum tempo o desconforto da minha área genital começava a ficar difícil de aguentar. Apesar de ainda faltarem 5 minutos para os 30 que disse ter disponíveis, decidi arriscar e perguntar à minha Dona:

- Perdão Senhora, desculpe interromper, mas tenho mesmo de me retirar para a cozinha para finalizar o jantar, tenho permissão?

- Por mim podes, mas pergunta à Joana se ela se importa. - foi a sua resposta em tom sarcástico.

- Senhora Joana, temo permissão para me retirar para a cozinha? - lá consegui dizer tentando não transmitir na voz a minha irritação em precisar da sua autorização.

- Logo agora que me estava a começar a saber bem! Se tens mesmo de ir vai lá.

- Obrigado Senhora Joana.

Rapidamente me retirei para a cozinha para uma nova dose de água gelada nos pulsos. Tentei me concentrar nas tarefas de preparação do jantar. Tentava ao máximo me abstrair do que estava a acontecer e não pensar no muito que ainda estava para vir. A noite ainda estava a começar…

O jantar em si correu dentro da normalidade possível. Às 20:30 em ponto fui informar que poderiam se deslocar para a sala de jantar onde iria dar inicio ao serviço. Fui servindo toda a refeição com o máximo de precaução para não cometer nenhum erro. Tudo estava do agrado de ambas. O vinho foi servido e consumido com bastante fluidez. A conversa entre ambas estava animada e divertida, sempre sobre assuntos banais, sem nunca se referir a mim ou a toda a situação. A minha presença foi ignorada, com exceção de uma ou outra ordem por parte da minha Dona. Quando terminaram, retiraram-se para a sala de estar onde servi os cafés e digestivos, após o que me foi indicado que poderia me retirar para jantar na cozinha.

Ingeri uma rápida refeição arrumei tudo o mais rapidamente possível. Após escapuli-me para o pátio das traseiras onde tirei 5 minutos para mim, para colocar as ideias em ordem e fumar um cigarro. Fi-lo sem pedir autorização. Sei que se fosse apanhado iria me arrepender, mas tinha quase a certeza que não iriam sair da sala nos próximos tempos. Estava furioso com a minha Dona por me ter colocado naquela situação, por isso esse pequeno ato de rebelião soube-me mesmo muito bem. Lavei cuidadosamente a boca para tirar o hálito a tabaco e fui-me apresentar na sala de estar, onde assumi a minha posição aos pés da minha Dona. Sem me dirigir a palavra ela afagou levemente o meu cabelo, o que me levou a crer que estava satisfeita com a minha prestação até ao momento.

A conversa continuou normalmente, durante algum tempo, até que a Joana disse:

- O jantar estava opimo e o serão está a ser muito agradável, mas não posso deixar de falar do elefante no meio da sala.

- Sim, percebo. Para quem não conhece a nossa realidade ser confrontada com ela pode ser um choque.

- Acho que o choque já me passou. Agora mais do que chocada estou curiosa. Eu já tinha percebido no trabalho que havia algo de estranho na forma em como ele lidava comigo, e com as outras mulheres, mas nunca poderia imaginar isto. Tens de me contar tudo.

- Isso também foi o que me chamou à atenção nele quando o conheci. Percebi logo que estava perante alguém completamente submisso a nós, mulheres. Mas vou-te contar tudo desde o inicio.

Durante a hora seguinte eu fui o tema de conversa. A minha Dona contou (resumidamente) a historia, desde que nos conhecemos até me ter submetido por completo à sua vontade, entre muitas perguntas, gargalhadas e interjeições de espanto por parte da Joana. Durante mais de uma hora, algumas das provações por que a minha Dona me fez passar durante os últimos 10 anos da nossa vida foram expostas. Eu apenas me podia limitar a ouvir. Ali ajoelhado no chão, completamente ignorado (a conversa entre ambas decorria paulatinamente como se estivessem a falar de alguém que não estava presente). A minha humilhação era total, tinha vontade de chorar.

 - Há muito mais para contar, mas creio que já percebeste a ideia geral. - disse finalmente a minha Dona.

- Sim. Mas juro que se não o tivesse a ver aqui, com os meus olhos não iria acreditar.

- Para nós tudo o que viste até agora é perfeitamente normal. Fora a tua presença, claro.

- Acho que vou repensar a minha relação com os homens depois do dia de hoje. Nunca pensei dizer isto, mas aquilo que tu tens é fantástico.

- É mesmo. E acho que fazes bem. Sabes, o convite que te fiz não foi propriamente inocente. É obvio que queria escolher alguém que ele conhecesse bem e não soubesse o seu segredo, só assim seria humilhante o suficiente. Mas escolhi-te a ti pois pelas conversas que tenho com ele, sempre me pareceu que serias alguém com uma personalidade vincadamente dominadora, e irias compreender a situação, talvez até apreciar…

- Sim, acho que tenho uma personalidade dominadora. Sempre tive. Mas não sei se seria capaz de fazer a alguém aquilo que lhe fazes. Quanto mais não seja nem sequer saberia como começar.

- Não é difícil, acredita. Os homens são essencialmente básicos e extremamente fáceis de controlar. Se apenas as mulheres soubessem o poder que tem, e como o usar… Se estiveres mesmo interessada em explorar esse teu lado dominador podes sempre contar com a minha ajuda para começar.

- A serio?

- Sim claro. Se quiseres até to posso emprestar para poderes treinar algumas técnicas básicas e ganhares confiança.

- Não digas isso duas vezes, olha que fico tentada em aceitar a tua oferta.

- Quando quiseres é só dizeres. Alias até ia sugerir algo diferente…poderia ser interessante para ti, mas não sei se deva, não sei se te vais sentir confortável com a ideia…

- Agora não me vais deixar aqui na expetativa. Diz lá.

- Sabes, ainda não o disciplinei esta semana. Não o quis fazer ontem para hoje estarmos ambos repousados. Estava a pensar em fazê-lo amanhã, mas nada o impede do o fazer hoje, agora. Podias assistir, ou até mesmo participar para ganhares alguma prática. Que te parece? É algo que te interesse?

Instalou-se o silencio sepulcral, enquanto a Joana ponderava a proposta da minha Dona. Consegui perceber o conflito interior em que ela se encontrava. Nitidamente era algo que ela queria fazer. Aliada a essa vontade estava a excitação do teor da conversa da ultima hora, ampliada pelos efeitos do álcool consumido. Mas tomar a decisão de participar em algo tão intimo com uma pessoa que mal conhecia e outra que iria ter de lidar diariamente num contexto profissional não era certamente algo fácil.

Este silencio durou alguns minutos. Mesmo sem olhar, sentia os olhos de Joana cravados em mim a pesar as implicações da decisão que estava prestes a tomar. Sentia os olhos da minha Dona cravados na Joana, aguardando pacientemente a sua decisão. Os meus olhos cravados no chão, usando com todas as minhas forças para me impedir de gritar: “Diz não. Não aceites. Por favor não aceites. Agradece, despede-te e vai embora. Por favor vai embora. Já. Não vou aguentar a humilhação. Por favor vai embora. “

Então ouve-se uma voz rouca, que saiu da boca da Joana, mas não parecia ser a sua voz:

- Vamos a isso.

- Excelente. Alem de te poder mostrar na pratica algumas técnicas interessantes, acho que vais te divertir imenso.

- Vamos a isso. - repetiu Joana sem deixar de olhar fixamente para mim, quase como em transe.

- Vai para baixo e prepara as coisas. - ordenou-me a minha Dona.

- Sim Senhora.

- Nós, vamos para cima prepararmo-nos, vestir algo mais apropriado. Acho que devo ter algo que possas usar.

Elas subiram para o quarto da minha Dona. Eu desci para a nossa cave/masmorra e preparei tudo para a chegada delas. Abri a parede de correr e acertei a disposição do mobiliário até ficar tudo como a minha Dona gostava. Como não me foi informado que acessórios iriam ser necessários, abri as gavetas e armários com os normalmente são mais usados, para estarem facilmente acessíveis. Findas as tarefas de preparação fui me colocar em posição, junto à cruz. Tentei respirar fundo, libertar a cabeça de todos os pensamentos, mas estava difícil. Não me sentia tão nervoso há muito tempo.

Passado algum tempo elas chegaram. A minha Dona estava vestida a rigor. Botas e calções pretos e um top vermelho, tudo em latex, tão justo que dava para perceber todas as suas voluptuosas curvas. A Joana mantinha os seus sapatos pretos e as suas meias de vidro pretas até meio da coxa. O vestido tinha desparecido e estava apenas com umas lindas cuecas de renda, também pretas. Para cima trazia vestido um corpete em couro, emprestado pela minha Dona. O corpete estava esticado quase até ao limite, parecia que os seus peitos (significativamente maiores que os da minha Dona) iriam saltar para fora a qualquer momento.

Apesar de a minha Dona tentar manter o ambiente descontraído, dava para perceber a tensão em que a Joana se encontrava. Fora um ou outro monossílabo mantinha-se calada. O seu rosto estava corado e dava para perceber que era com grande esforço que mantinha a compostura. Estava envergonha por eu a ver vestida daquela forma. Bem feito. Devias ter ido embora quando tiveste a oportunidade, pensei. Agora não era só eu com segredos a esconder.

- Vai para a cruz! - ordenou a minha dona.

- Sim Senhora.

Coloquei-me em frente à cruz com os braços prontos para serem presos. Ambas se aproximaram e a minha Dona começou a prender-me. Foi explicando pacientemente à Joana como devia fazer, incitando-a a ajudar. Quando estava devidamente preso dirigiram-se ambas para o armário onde se encontrava uma vasta panóplia de acessórios de spanking. Ouvi a minha Dona a explicar as diferenças, e como poderiam ser usados devidamente.

- Mas nada como ver na prática. - disse finalmente.

Pegou numa das varias palmatorias disponíveis, e dirigiram-se ambas a mim.

-Queres fazer as honras? - disse estendendo a palmatoria para a Joana.

- Não consigo. - respondeu ela em voz sumida.

- Ok, eu começo para veres como é.

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Assentou dez vezes, sem interrupção de forma bem distribuída pelo meu rabo exposto. Senti logo a pele a ferver e imagino que tenha ficado rosada.

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- Vez, é fácil. Deves colocar a mão assim e usar o balanço do braço desta forma – explicou a minha Dona, enquanto me acertava mais 4 vezes, desta vez de forma espaçada. Soltei um pequeno gemido.

- Tenta lá tu.

Senti a Joana a aproximar-se e uma hesitante palmada.

SLAP

- Isso. Mas estas a colocar pouca força no braço. Isso são quase cocegas! - disse a minha Dona com uma gargalhada.

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- Melhor.

Sim tinha sido melhor. Estava a apanhar o jeito, estas já as senti bem.

SLAP, SLAP, SLAP, SLAP, SLAP, SLAP

- Isso. É mesmo assim.

- Posso experimentar com um chicote? - perguntou Joana.

- Claro. - respondeu a minha Dona com nova gargalhada - Estás aqui para experimentar.

Foram ao armário buscar um pequeno chicote. A minha Dona explicou como devia usar e a Joana começou. A partir deste momento foi um chover de castigos no meu corpo. Sempre que mudava de acessório a Joana começava sempre hesitante, acompanhada de conselhos da minha Dona. Qual a técnica mais eficiente de usar o que quer que ela tivesse escolhido. Onde podia bater para causar mais impacto e onde não devia bater para não causar danos graves. A Joana ia ganhando confiança e quando dominava minimamente a técnica desse instrumento iam escolher outro e recomeçava. Ela queira experimentar tudo.

Durante quase uma hora continuou assim. Percebi pelo crescendo de excitação na sua voz que a Joana estava a gostar. Estava a gostar mesmo muito. Já não havia qualquer réstia de vergonha ou inibição. As barreiras tinham sido quebradas e ela estava completamente comprometida em tirar o máximo proveito da situação.

- Porra, isto cansa. Já percebo como consegues manter a forma, assim nem precisas de ir ao ginásio. - disse Joana finalmente com a respiração acelerada.

- No inicio custa mais. À medida que dominas as técnicas certas vais ver que requer menos esforço e causa mais impacto.

Era verdade. Apesar de ter estado a ser espancado quase uma hora, muito mais do que o normal, tinha sido relativamente fácil de suportar. Uma sessão de 10 minutos com a minha dona num dia mau teria sido bastante mais dolorosa.

- Quero mais. Posso? Estou completamente acelerada. A que mais é que vocês “brincam”? Ensina-me.

- Claro que podes. Vamos ver o que te agrada mais.

Ouvi elas a irem abrindo todos os armários. Entre interjeições de espanto e divertimento da Joana a minha Dona continuou com as explicações. Ouvi enquanto viram toda a panóplia de acessórios de medical, mascaras, coleiras, mordaças, vestuário, clamps até que pararam.

- Cruzes, o que é isto! Tantos …

Tinham chegado ao armário onde estavam os brinquedos anais. A minha Dona desatou a rir à gargalhada.

- Tantos! E olha aquele é enorme! - dizia a Joana em tom incrédulo. - Tu usas tudo isto nele? Não me acredito. Aquilo não cabe dentro dele…

- Acredita. Nada aí é novo, já foi tudo testado. Vou-te contar uma coisa que vais adorar. Estás a ver este plug?

- Sim.

- É idêntico ao que ele tem colocado neste momento. Ele usa-o todos os dias, sempre, religiosamente, dentro e fora de casa.

- Não pode!

- Sim. A partir de hoje sempre que falares com ele no trabalho podes ter a certeza que ele por baixo da roupa ele tem a gaiola de castidade, naquele pénis ridiculamente pequeno, e um plug enfiado no cu. Aposto que saber isto vai tornar as vossas conversas muito mais divertidas, para ti claro.

- Não! Não acredito.

- Podes acreditar.

- Como sabes que ele não sai de casa e tira tudo ao chegar ao trabalho?

- A gaiola de castidade só pode ser tirada com esta chave, que tenho sempre comigo. O plug ele não se ia atrever a tirar. Para já porque é um menino bem-mandado, depois porque nunca sabe quando eu vou aparecer para uma verificação surpresa, já o fiz varias vezes. Se fosse apanhado sem ele as consequências iriam ser desastrosas.

- Espantoso. Ele está mesmo bem treinado.

- Bem, já vi que gostaste desta gaveta. Vamos lá brincar um bocadinho?

- Vamos. Posso escolher? Quero aquele.

- Bem, já vi que além de teres uma personalidade dominadora também és um bocadinho sádica…

Gargalhadas de ambas.

- Fiquei mesmo curiosa para ver como consegues meter aquilo lá dentro.

- Acredita que entra. Se fizeres mesmo questão força, mas acho que te ias divertir mais com este.

- Ui! Como é que isso funciona?

- É um strapon com estimulação dupla. Esta parte é para ti, esta é para ele. Vais ver que vais adorar ser estimulada enquanto o penetras. Colocas assim. Não parece muito grande comparado com aquele, mas pode ser usado com muito mais intensidade. Tens aqui o comando para controlares a vibração.

Não queria acreditar no que estava a ouvir. Toda aquela conversa tinha sido para lá de humilhante e agora ouvia perfeitamente os ruídos das tiras de velcro a serem ajustadas enquanto a Joana colocava o strapon para me penetrar. Estava tão excitado que as dores no meu pénis inchado e apertado dentro da gaiola eram quase insuportáveis.

BZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

Ouvi a vibração do strapon assim que foi ligado.

- Hummm. Que delicia. Hummm. - gemeu a Joana de prazer.

- Eu disse que ias gostar. Vamos prepara-lo.

Fui solto da cruz. A Joana tremia tanto, não sei se de excitação, nervosismo, ou ambas que não conseguia libertar-me, foi necessária a ajuda da minha Dona. O plug foi retirado.

- Vamos coloca-lo aqui. Usa este lubrificante antes de começares.

Fui colocado de quatro, de frente para um dos cadeirões, onde a minha Dona de sentou. A Joana despejou uma dose generosa de lubrificante e já se preparava para começar, quando a minha Dona interrompeu.

- Espera, ainda não.

A Joana arfava, de ansiedade e da estimulação que estava a receber. A minha Dona baixou o seu rosto para junto do meu e agarrou-me pelos cabelos levantando-me o rosto.

- Olha-me nos olhos. - disse.

Obedeci.

- Agora.

A Joana entrou com tudo.  Todos os 22cm entraram de uma só vez fazendo-me soltar um pequeno grito, devido a dor aguda que começou no esfíncter e percorreu todo o meu corpo, como um choque elétrico. A minha Dona mantinha a minha cabeça firme, segurando-me pelos cabelos, sem nunca desviar os seus olhos dos meus. Parecia querer absorver a minha dor e humilhação. Um sorriso surgiu nos seus lábios.

A Joana após algumas penetrações profundas, mas desajeitadas, começou lentamente a apanhar o ritmo. Durante algum tempo foi ajustando a velocidade da vibração, até encontrar aquela que mais lhe dava prazer e depois largou o comando, colocou as mãos nos meus quadris e começou a aumentar gradualmente o ritmo. A dor tinha desparecido e comecei a sentir prazer, de ser preenchido pelo strapon e da sua vibração na minha próstata.

A minha Dona largou-me o cabelo. Tirou rapidamente os calções e a roupa interior, sentou-se no cadeirão abrindo as pernas e puxou-me novamente pelos cabelos para o meio delas.

- Anda meu cachorinho, faz aquilo que tu sabes fazer tão bem, usa a língua e faz-me vir.

Não hesitei e comecei imediatamente a lamber-lhe o clitóris. Ela continuava a agarrar o meu cabelo, guiando-me, mas não era necessário. Não era só a minha Dona que me conhecia bem. Eu também a conhecia bem a ela. Sabia exatamente o que ela gostava. Sabia onde e como lamber, quando insistir e quando abrandar, conseguia ler todas as reações do seu corpo aos estímulos que a minha língua lhe proporcionava. Não tardou muito a que sentisse as suas pernas a apertarem a minha cabeça e as contrações de um longo e ruidoso orgasmo.

Entretanto a Joana continuava a penetrar-me, agora num ritmo quase frenético. As mãos largaram a minha anca, e uma delas agarrou firmemente a minha coleira deixando-me parcialmente sem ar. Ouvia ela a arfar e a gemer e sabia que estava a aproximar-se de um orgasmo. Eu sentia-me zonzo, com o excesso de estímulos. O meu corpo era agitado pelas suas estocadas. O strapon bem fundo dentro de mim, a vibrar. A coleira a ser puxada restringindo a minha respiração. A dor da gaiola de castidade a restringir o meu pénis. A cara coberta de fluidos da minha Dona. Toda a humilhação acumulada durante aquela noite. Todos estes estímulos simultâneos excitavam-me de tal maneira que o meu pénis dentro da gaiola pingava de forma quase ininterrupta.

De repente a Joana teve um orgasmo. Por momentos puxou a coleira com tanta força que deixei de conseguir respirar e comecei a ver pontos brancos. Logo de seguida largou-a. Senti ela a abater-se sobre as minhas costas e a estremecer duas ou três vezes até ficar completamente imóvel, deitada sobre mim, com o strapon ainda a vibrar dentro de ambos.

A minha Dona levantou-se, ajudou a Joana a levantar-se. Ajudou-a a retirar o strapon e sentou-a no cadeirão à minha frente. Durante tudo isto ela parecia ausente, como uma sonâmbula, ou drogada, reagindo, mas sem estar bem consciente. Assim que ela ficou instalada, comigo de quatro no meio das suas pernas, a minha Dona contornou-me e sentou-se nas minhas costas, como se estivesse a montar-me. Agarrou-me novamente pelos cabelos e disse:

- Anda, lambe.

Mais uma vez coloquei a língua a trabalhar. Não conhecendo o corpo da Joana da mesma forma como conheço a minha Dona pensei que iria ser mais complicado apanhar os seus pontos de prazer e o ritmo certo, mas, talvez por ela estar tão excitada, não demorou muito a que os gemidos dessem lugar a pequenos gritos de prazer e logo depois a um novo orgasmo.

Após este novo orgasmo senti o seu corpo a relaxar o que me levou a parar de a lamber. A minha atitude valeu-me uma violenta palmada na cabeça por parte da minha Dona, que continuava sentada nas minhas costas.

- Alguém te mandou parar? Continua. Lambe.

E eu continuei. E algum tempo depois a Joana teve um terceiro orgasmo, mas eu nem sequer abrandei, continuei. Ainda teve um quarto orgasmo, enquanto me agarrava de forma selvagem pelas orelhas (quase as arrancando fora) puxando o meu rosto contra a sua vagina com tanta força que mal conseguia respirar. Aí ela gritou:

- Manda-o parar, não aguento mais! Chega!

- Já chega. - disse a minha dona e só aí eu parei.

Olhei para a Joana que se encontrava esparramada no cadeirão, ainda com as pernas completamente escancaradas, numa posição extremamente lasciva. Parecia completamente esgotada. O seu corpo quase nu (apenas tinham sobrado os sapatos e as meias) brilhava de transpiração. A minha Dona levantou-se das minhas costas e foi sentar-se no braço do cadeirão.

- Levanta-te. - ordenou.

- Sim Senhora.

Lentamente levantei-me e fiquei de pé em frente a ambas. Eu estou em ótima forma física, faz parte do contrato que tenho com a minha Dona tomar bem conta do meu corpo (uma vez que é propriedade dela) mas estava a chegar perto do limite. Sentia-me esgotado fisicamente. Tinha o rosto coberto de fluidos vaginais de ambas e o cheiro estava a deixar-me quase doido de excitação. O meu pénis latejava, de dor, e pingava quase continuamente.

- Há quanto tempo não tens um orgasmo? - perguntou a minha Dona, apesar de saber tão bem como eu a resposta.

- Há 37 dias Senhora. Não há 38 dias Senhora, porque já é domingo.

- Que me dizes Joana? Achas que ele se portou bem? Bem o suficiente para merecer um orgasmo?

Após uma pausa, não sei se para efeito dramático ou simplesmente porque não tinha forças para responder a Joana lá disse.

- Merece.

- Estás com sorte, ela é bem mais boazinha que eu. Anda cá. - disse a minha dona retirando do pescoço a chave da minha gaiola de castidade e libertando finalmente o meu pénis.

O alivio foi tremendo. O meu pénis finalmente livre de restrições ficou completamente ereto.

- É ou não é minúsculo, diz a verdade?

- É mesmo - respondeu Joana com uma risadinha.

O meu pénis nunca foi grande, quanto muito médio, nunca foi algo de que me orgulhasse, mas os longos períodos de restrição dos últimos anos tinham feito com que encolhesse consideravelmente. No máximo teria 10cm (mais certo era andar mais próximo dos 8cm), mas estava completamente erecto, a apontar para o teto.

- Masturba-te. Ordenou a minha Dona.

- Sim Senhora. - respondi começando prontamente

- Ele já sabe que nunca na vida me dará prazer com uma coisa tão pequena. Alias aquilo nunca vai entrar dentro de mim, para quê? Não faria sentido nenhum! PARA!

Parei. Largando o pénis e colocando imediatamente as mãos atrás das costas.

- Continua.

Voltei a agarrar no pénis, recomeçando a masturbar-me. Apesar da vontade enorme em ter o meu ansiado orgasmo, fazia-o bem devagar. Sabia que não deveria acontecer sem ter autorização.

- Sabes que já pensei em mandar castra-lo, uma vez que aquilo não me tem qualquer utilidade. Depois mudei de ideias. É mais divertido para mim saber que ele fica excitado, mas não pode ter prazer sem a minha autorização. PARA!

Parei.

- Continua.

Recomecei.

- Ainda dizem os homens que são o sexo forte. Pfff. Qual forte qual quê. Como podem ser o sexo forte se basta a nós mulheres controlarmos aquele bocado de carne que tem no meio das pernas para os controlarmos completamente. PARA!

Parei.

- Continua.

Recomecei. A minha excitação era tanta que deixei de ouvir com coerência o que ela dizia. Apenas reagia às ordens de parar e continuar, tudo o resto parecia apena ruido de fundo em que apanhava apenas algumas partes.

A Joana olhava para o meu pénis com os olhos esbugalhados. Também parecia não estar a ouvir o que a minha Dona dizia, apenas observava fascinada, tentando perceber quanto tempo eu iria aguentar sem explodir.

Durante mais ou menos 10 minutos, que me pareceram uma eternidade continuamos neste ciclo. Eu cada vez me masturbava mais devagar. Tentava não apertar muito o pénis, tocar o mínimo possível com a pele da minha mão no meu inchado membro, de forma a não explodir num orgasmo. Cada vez era mais difícil. Mal a minha Dona me ordenava que me masturbasse, em poucos segundos, começava logo a sentir o orgasmo a formar-se na base dos meus testículos e tinha de fazer um esforço hercúleo para o controlar.

- ……… PARA!

Parei. Com um gesto a minha Dona mandou-me aproximar ainda mais e começou a passar o seu dedo, mais precisamente a ponta da sua unha, desde a minha glande até à base do meu pénis e de volta até à glande. Estimulando e arranhando a minha pele sensível a cada passagem. Apenas precisou de o fazer 5 vezes para eu me começar a contorcer com o esforço de aguentar o inevitável orgasmo.

- Estás a ver. Basta a ponta de um dedo para o controlar completamente.

Voltou a passar a ponta da unha pelo meu pénis, três voltas completas e parou. O meu esforço para não ejacular era tanto que as minhas pernas tremiam e os joelhos batiam um no outro. A minha face estava transformada numa mascara de dor e fechava os olhos com tanta força que doía.

- Tens autorização para ejacular.

Conseguiu passar a sua unha mais uma vez no meu pénis, a meio da segunda passagem explodi. Soltei um grunhido de alivio e prazer e vim-me. Do meu pénis voaram vários jatos de esperma, alguns dos quais se projetaram a quase um metro de distancia. Todo o meu corpo se sacudia em espasmos. Foi um orgasmo longo, parecia que ia durar para sempre. Finalmente cai de joelhos com os olhos fechados em completo abandono.

- Obrigado Senhora. Obrigado Senhora. - consegui dizer em voz tremula.

- Tsss, tsss, tsss. Vocês homens são uns porcos. Não conseguem ter um orgasmo sem sujar tudo à vossa volta. Já sabes o que tens de fazer.

Abri os olhos, mas ainda vi tudo enevoado. De gatas no chão procurei todos os vestígios do meu orgasmo (não foi fácil pois estavam espalhados por uma grande área) e limpei-os, lambendo tudo o que ia encontrando. Reparei que o meu pénis que ainda pulsava do recente orgasmo ia deixando para trás novos vestígios o que me fez recuar e limpar os sítios por onde ia passando. Só parei quando todo o chão estava completamente limpo. Só ai me recordei da Joana. No meu alheamento pós-orgasmo tinha-me esquecido da sua presença. Ela estava silenciosamente, com um sorriso, testemunhando esta minha derradeira humilhação.

- Bem, acho que está na hora de descansar. Foi uma noite muito intensa. - disse a minha Dona.

- Intenso é o mínimo.

- Estás em condições de ir para casa? Ou queres dormir cá?

- Nem sei. Amanha, ou melhor hoje tenho um compromisso familiar à hora do almoço, tenho de passar por casa para trocar de roupa. Mas não sei se agora consigo conduzir até casa… era abuso dormir cá?

- Claro que não. Não temos quarto de hospedes disponível, é o quarto dele, ele dorme sempre lá, mas podes dormir no meu quarto, tenho uma cama king size que podemos partilhar. A que horas precisas de sair amanha?

- Tenho de sair pelas 11:30.

- Arruma tudo e vai descansar. O pequeno almoço é para ser servido às 10:45, antes disso não quero que nos incomodes. - ordenou-me a minha Dona.

- Sim Senhora. - respondi.

Subiram as duas para o piso de cima, e enquanto se afastavam ouvi a minha Dona dizer para a Joana num tom de voz sussurrado.

- No futuro, não meças os submissos que te passarem pelas mãos pelo que viste hoje aqui, vais estar a colocar a fasquia é muito alta. Encontrar alguém como ele é raro, espero que algum dia tenhas a sorte que eu tive.

A minha Dona certamente não pretendia que eu ouvisse estas ultimas palavras, mas ouvi, e não pude deixar de sentir um enorme orgulho na forma como me portei nessa noite.

Arrumei e limpei tudo na nossa cave/masmorra e recolhi-me para o meu quarto. Estava tão esgotado que quase me esquecia de colocar o despertador a tocar. Adormeci profundamente.

No dia seguinte (ou melhor, passadas algumas horas) acordei com o despertador a tocar e imediatamente meti mãos à obra para preparar um pequeno almoço adequado para a minha Dona e sua convidada. Fui ao seu quarto abri aos poucos e delicadamente a janela, para ir deixando entrar a luz e as acordar lentamente. Servi o pequeno almoço a ambas na cama. Aguardei aos pés da cama enquanto o tomavam conversando. No fim a Joana pediu desculpa a minha Dona e disse que estava na hora de partir. Enquanto ela se vestia a minha Dona foi dizendo:

- Joana, foi um prazer este serão e tal como te disse estou sempre disponível para te ajudar a explorar essa tua faceta dominadora.

- Obrigado. Já ajudaste bastante, mas provavelmente irei recorrer a ti varias vezes no futuro.

- Sempre que quiseres, no trabalho podes usa-lo, quer seja para treinares algo ou simplesmente para te divertires. Só te peço duas coisas. Que nunca interfira com os deveres que ele tem para comigo e que sempre que o fizeres me informes. Quero sempre saber de tudo o que fazes com ele.

- Obrigado. Vou aceitar a tua oferta, pelo menos até arranjar um só para mim. E claro que irei sempre informar e não interferir com as obrigações dele para contigo.

- Bem, se não te importas eu não te acompanho à porta. Estou com preguiça e fico por aqui. Ele trata de te acompanhar.

- Sim claro. Mais uma vez obrigado, pelo jantar … e pelo resto.

Despediram-se com dois beijos.

- Vai acompanha-la a porta e depois volta para cima. Ainda temos de falar da tua reação, que roçou a insubordinação, à chegada da Joana. Não penses que me esqueci.

- Sim Senhora.

- E claro do cigarro que fumaste às escondidas sem pedir autorização.

- Sim Senhora- disse eu engolindo em seco.

Acompanhei a Joana à porta. Entreguei-lhe o casaco e a carteira. Antes de sair parou para afagar o meu cabelo e disse.

- Até segunda. Acho que que nunca tive tanta vontade de voltar ao trabalho.

Ainda consegui ouvi foi a sua gargalhada antes do barulho da porta a bater.




Nota final:

Este custou a sair. A ideia (fantasia) inicial foi tão poderosa para mim que quando surgiu na minha mente achei que nunca seria capaz de a passar para ”papel”. Andei meses a remoer nela e quando finalmente resolvi tentar fi-lo de uma vez, numa noite em claro. Foi há mais ou menos 4 meses. Desde aí que tenho andado a adiar a sua publicação, adicionando e removendo partes que achava não estarem bem (acho que já a reescrevi totalmente mais de 20 vezes). Achava sempre que não estava pronta, perfeita, que não fazia jus à ideia original. Ainda não acho, mas estava na hora.

Este conto é especial para mim e gostava de explicar a razão.

Durante toda a minha vida sempre tive imensos fetiches. A podolatria sempre teve um lugar de destaque na lista, não o posso negar, mas tudo o que estivesse ligado à dominação feminina sempre fez parte da minha bucket list. Spanking, strapon, cbt, medical play, spiting, tease and denial, cuckold, forced bi,… (a lista podia continuar para sempre).

Entretanto conversei varias vezes com uma Domme que se revelou uma pessoa muito especial (as nossas vidas cruzaram-se brevemente, mas foi algo muito intenso para mim) que me obrigou a pensar muito sobre mim, e sobre o que me faz ser submisso. Graças às nossas conversas acabei por chegar a uma conclusão sobre a razão para eu ter uma lista tão grande e indefinida de interesses.

E a resposta é humilhação.

O aspeto da humilhação nas relações sub/Domme foi algo a que nunca dei propriamente importância, sempre me foquei nas questões mais práticas. A humilhação, sempre esteve lá simplesmente nunca lhe dei a devida importância. Desde essa altura que me apercebi que ser humilhado pelo sexo feminino é o meu verdadeiro e real fetiche independentemente de como tal acontece.

Dessa minha epifania surgiu este conto. Uma historia de humilhação extrema, com muitas outras coisas à mistura.

Tentei colocar na personagem Rita (recorrente nos meus contos) um pouco dessa Domme que tão marcante foi para mim. Não sei se consegui, mas tentei.

Quanto à Joana, ela existe mesmo na minha vida. Não se chama Joana, mas trabalhar com ela é tal e qual como descrevo no conto.

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