Reza a lenda (existem mais versões mas esta é a mais comum) que Alexandre o Grande, pupilo de Aristóteles, se apaixonou perdidamente por uma bela e jovem Mulher de nome Fílis. Preocupado com que a relação entre ambos estivesse a distrair Alexandre das suas funções de rei, Aristóteles aconselhou-o a passar menos tempo com a sua amada, conselho que ele prontamente seguiu.
Fílis magoada com o seu amante decide vingar-se de Aristóteles. Nos dias seguintes começa o processo de aproximação e sedução ao velho mestre fazendo com que ele fique louco de desejo por ela. Quando percebe que o tem na mão e ele fará tudo o que ela quiser pede a Alexandre que vá para o terraço do palácio e a observe enquanto ela passeia no jardim. Em seguida solta o cabelo e descalça vestindo apenas um vestido sedutor dirige-se para o estúdio do mestre.
Quando o filosofo levanta os olhos do livro que está a ler e vê Fílis fica completamente encantado pela sua beleza e implora-lhe que seja sua. Fílis diz-lhe que sim mas com uma condição. Para ser sua Fílis exige que ele coloque uma sela, rédeas e freio e a deixe monta-lo para um passeio pelos jardins. Aristóteles acede a todas as suas vontades sem hesitar.
Do topo do terraço do castelo Alexandre assiste em choque enquanto ve o seu velho e digno tutor ser montado pela sua amante, enquanto ela usa o seu chicote nas suas costas e fica assim consumada a vingança de Fílis contra ambos.
Esta historia circula desde a idade medieval, como aviso do poder sedutor das Mulheres sobre o intelecto masculino. A historia do dia em que Fílis “dominou” o famoso intelectual foi imortalizada nos mais diversos meios artísticos, desde esculturas em pedra, painéis de madeira, marfim, têxteis, cerâmicas e pinturas.
Em 1368 o poeta Inglês John Gower incluiu esta historia no seu poema Confessio Amantis (uma coleção de historias de amor imortais contadas em verso), onde afirma que nem a logica o silogismo do filosofo o conseguiram salvar do poder sedutor da rainha da Grécia.
"I syh there Aristotle also,
Whom that the queene of Grece so
Hath bridled, that in thilke time
Sche made him such a Silogime,
That he foryat al his logique;
Ther was non art of his Practique,
Thurgh which it mihte ben excluded
That he ne was fully concluded
To love, and dede his obeissance!"
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